A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira um policial militar e um policial civil de São Paulo, suspeitos de participarem de um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao crime organizado, utilizando fintechs. O capitão da PM, Diogo Costa Cangerana, trabalhava na Casa Militar do Palácio dos Bandeirantes, onde atuava na segurança do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele recebia prêmios pelos serviços prestados e acompanhava o governador em viagens.

O outro preso, o policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior, foi afastado do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) em dezembro de 2022. Ambos foram detidos durante a Operação Dólar Tai-Pei. Cyllas foi mencionado na delação do empresário Antonio Vinicius Gritzbach, assassinado em 8 de novembro, após denunciar o agente à Corregedoria da Polícia Civil.

As investigações indicam que Cyllas é proprietário do 2 GO Bank e estaria envolvido com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). O esquema, que movimentou cerca de R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos, incluía a venda não autorizada de moeda estrangeira e utilização de empresas “laranjas” para abrir contas bancárias. Em 2024, foram movimentados R$ 800 milhões, com operações não apenas no Brasil, mas em países como Estados Unidos, Panamá, Argentina, Bolívia, Paraguai, Itália, Dubai e China.